O
amor conjugal comporta uma totalidade na qual entram todos os componentes da
pessoa - chamada do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade,
aspiração do espírito e da vontade - ; o amor conjugal dirige-se a uma unidade
profundamente pessoal, aquela que, para além da união numa só carne, não conduz
senão a um só coração e a uma só alma;
Desejo
invocar a proteção da Família de Nazaré.
Por
misterioso desígnio de Deus, nela viveu o Filho de Deus escondido por muitos
anos: é, pois, protótipo e exemplo de todas as famílias cristãs. E aquela Família,
única no mundo, que passou uma existência anônima e silenciosa numa pequena
localidade da Palestina; que foi provada pela pobreza, pela perseguição, pelo
exílio; que glorificou a Deus de modo incomparavelmente alto e puro, não
deixará de ajudar as famílias cristãs, ou melhor, todas as famílias do mundo,
na fidelidade aos deveres quotidianos, no suportar as ânsias e as tribulações
da vida, na generosa abertura às necessidades dos outros, no feliz cumprimento
do plano de Deus a seu respeito.
Que São
José, «homem justo», trabalhador incansável, guarda integérrimo dos penhores
que lhe foram confiados, as guarde, proteja e ilumine.
Que a
Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja também a Mãe da «Igreja doméstica» e, graças
ao seu auxílio materno, cada família cristã possa tornar-se verdadeiramente uma
«pequena Igreja», na qual se manifeste e reviva o mistério da Igreja de Cristo.
Seja Ela, a Escrava do Senhor, o exemplo de acolhimento humilde e generoso da
vontade de Deus; seja Ela, Mãe das Dores aos pés da Cruz, a confortar e a
enxugar as lágrimas dos que sofrem pelas dificuldades das suas famílias.
E Cristo
Senhor, Rei do Universo, Rei das famílias, como em Caná, esteja presente em
cada lar cristão a conceder-lhe luz, felicidade, serenidade, fortaleza.
No dia solene
dedicado à sua Realeza, peço que cada família Lhe ofereça um contributo
próprio, original para a vinda no mundo do seu Reino, «Reino de verdade e de
vida, de santidade e de graça, de justiça, de amor e de paz»(183), para o qual se encaminha a história.
A Ele, a Maria e a José confio cada família. Nas suas mãos e no seu
coração ponho esta Exortação: sejam Eles a transmiti-la a vós, veneráveis
Irmãos e diletos filhos, e a abrir os vossos corações à luz que o Evangelho
irradia sobre cada família.
A todos e
a cada um, assegurando a minha constante prece, concedo de coração a Bênção
Apostólica em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Dado em
Roma, junto de São Pedro, no dia 22 de Novembro de 1981, Solenidade de N. S.
Jesus Cristo Rei do Universo, quarto ano do meu Pontificado.
JOÃO PAULO II
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